Olhe nos olhos da canção
Ela não olha para os seus
É uma esfinge de antemão
Que mesmo imóvel diz adeus
Tampouco ouvidos têm, mas sim
A grande boca que, porém
Nada confessa a você
Mas nada esconde a ninguém
Também
Olhe nos olhos da canção
Ela não olha para os seus
É uma esfinge de antemão
Que mesmo imóvel diz adeus
Mas pouco a pouco eis que então
Devora a luz todos os breus
Torna-se pedra o que era vão
E o vazio, versos seus
Meus
E dele
E dela
Ao vir a ser
Já não pertence a você
Já não depende de você
Ganha vida
Corre o mundo
Um dia quem sabe
Em algum lugar
Você a reencontrará
E vagamente pensará
Que bonito
Quem fez isso
E não importa que você
Um dia quem sabe
Em algum lugar
Você a reencontrará
E vagamente pensará
Que bonito
Quem fez isso
E não importa que você
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